quinta-feira, 30 de abril de 2009

Grande Sopa de Plástico no Pacífico Norte cresce em taxa alarmante e já cobre uma área maior que o dobro do Brasil: massa de detritos supera em seis vezes a de plâncton


A grande massa de detritos plásticos que está se acumulando no Oceano Pacífico é uma chocante demonstração dos resultados devastadores que estamos colhendo pelo uso e abuso de plásticos ao longo das últimas décadas. Em função da dinâmica das correntes marinhas, as milhões de toneladas de objetos plásticos jogadas no Pacífico ou a ele trazidas pelos rios se acumulam numa região de calmarias conhecida como Giro Pacífico Norte (GPN) . Estima-se que existam atualmente no GPN cem milhões de toneladas de lixo plástico, incluindo isqueiros, caiaques, patos de borracha, canetas, canos, camisinhas e toda a sorte de dejetos flutuantes que se possa imaginar, ocupando uma área maior que o dobro do tamanho do Brasil. Essa grande massa plástica distribui-se continuamente desde as proximidades do litoral californiano, nos Estados Unidos, atravessando o Pacífico além do Havaí e chegando quase até o Japão. Segundo pesquisadores que estiveram na região em Janeiro de 2008, ao contrário do que se supunha até então, a Grande Sopa de Lixo do Pacífico não está mais restrita a áreas de baixa produtividade, onde passou despercebida por décadas, mas agora já se alastra por águas de elevada riqueza biológica e de grande interesse comercial.
Os dados a seguir descrevem os resultados de pesquisas realizadas no GPN e foram publicados na revista científica Marine Pollution Bulletin por Charles Moore e colegas: A abundância e massa do plástico em suspensão foi mais elevada que noutro lugar qualquer do Oceano pacífico com 334 271 peças por km² e 5114 g por km², respectivamente. A abundância de plâncton era aproximadamente cinco vezes mais elevada que a do plástico, mas a massa do plástico era aproximadamente seis vezes superior à do plâncton. Os efeitos diretos e indiretos de tamanha aberração ecossistêmica sobre a biodiversidade, com prováveis extinções, não foram ainda estudados pelos cientistas, mas essas imagens do conteúdo estomacal de aves marinhas encontradas mortas na região falam por si, dispensando referências bibliográficas.
Om Shanti
regina

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